Os animais, as plantas ou a terra não nos pedem nada, aceitam-nos como somos: seres vivos entre inúmeras outras formas de vida.

Infelizmente isso nem sempre acontece em outros ambientes, onde as pessoas tendem a ser classificadas e aquelas que não atendem a determinados padrões não são aceitas.

Podemos ser como somos: trabalhadores ou preguiçosos, tristes ou alegres, rápidos ou lentos, introvertidos ou extrovertidos, ricos ou pobres, bonitos ou feios.

A natureza nos acolhe sem nos julgar. “Permitir-se ser como você é” é um dos efeitos de cura psicológica mais eficazes. Saia de casa! A natureza nos dá energia física e mental.

Ela nos dá estímulos que nos afastam das rotinas (do pensamento único, das convenções) e liberam a criatividade (dobra, segundo os psicólogos Paul e Ruth Ann Atchley, da Universidade do Kansas). Tudo o que vemos pode se tornar uma inspiração. Na natureza nos redescobrimos.

Nossas preocupações e problemas parecem mais distantes. Reconciliamo-nos com o corpo e as obsessões desvanecem-se. Também nos beneficiamos de não ter acesso à internet, e-mail e mídias sociais.

O ambiente natural muda a forma como a nossa mente funciona. Quando nos movemos com todos os nossos sentidos abertos pelo campo, a atenção direcionada repousa e é substituída pelo fascínio.

É um descanso, uma restauração que muitas vezes precisamos, porque a atenção direcionada exigida pelo trabalho ou pelo aprendizado causa cansaço e comportamentos impulsivos.

Os psicólogos ambientais Rachel e Stephen Kaplan usam estadias em ambientes naturais para tratar a hiperatividade e a falta de concentração. Para Kaplan, os professores devem levar em conta o efeito do ambiente natural.

Richard Louv, autor de Back to Nature (Ed. RBA), defende a iniciação das crianças na convivência com a natureza.

A causa da maioria das doenças é desconhecida. Eles são consequência de processos complexos que não acontecem apenas dentro do corpo. As substâncias que ingerimos também não explicam tudo.

O que nos acontece pode ser melhor explicado se levarmos em conta o ambiente com o qual estamos intimamente relacionados.

O ser humano não acaba na pele! Mal conhecemos os detalhes das relações com o nosso espaço de vida e com outros seres vivos. Somos atravessados por redes químicas e eletromagnéticas e certamente por energias que não conhecemos.

Entender al ser humano como parte de la intrincada red de la vida significa abrir perspectivas a nuevas estrategias preventivas y a terapias más eficaces.