A saúde da mulher vai além de questões ginecológicas e deve contemplar, além do bem-estar físico, a saúde mental e emocional, incluído o planejamento familiar, que também faz parte desse rol de cuidados necessários. O funcionamento do corpo feminino tem peculiaridades quando comparado ao organismo do homem, o que gera doenças e distúrbios específicos. Essas especificidades são ainda maiores quando se trata de públicos como mulheres negras, indígenas, privadas de liberdade ou mesmo aquelas que vivem em zonas rurais.
A saúde ginecológica, é claro, não pode ficar de lado e engloba vários aspectos do bem-estar feminino. Nesse sentido, entre os fatores que devem ser observados pelas mulheres estão: alterações do ciclo menstrual, sangramentos transvaginais anormais, sangramentos após a menopausa, dor pélvica aguda ou crônica, nódulos mamários, infertilidade, corrimentos vaginais, úlceras genitais, verrugas vulvares, dor ao urinar, incontinência urinária, dor durante a relação sexual e alterações na sexualidade.
“Em todos esses casos, a atenção médica deve ser procurada para avaliação e acompanhamento adequado”, explica a chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Mulher da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Muse Santiago. A MEAC faz parte da Rede Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra 40 hospitais universitários federais no país.
Mulheres devem dedicar-se aos cuidados com a higiene íntima; a exames ginecológicos de rotina para prevenção e detecção precoce do câncer ginecológico; e ao uso regular de preservativos, a fim de evitar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
“As mulheres devem cuidar de sua saúde ginecológica por meio da prevenção de gravidez não planejada; da escolha adequada de métodos anticoncepcionais; do autoexame mamário e da realização de mamografia periódica (a depender da idade) para identificação de nódulos ou outras alterações”, pontua Muse Santiago.
Muse explica também que a busca de atendimento profissional para o planejamento reprodutivo é fundamental para otimizar a possibilidade de sucesso do método anticoncepcional escolhido, levando em consideração aspectos como segurança e eficácia: “Por fazer parte de sua formação acadêmica, o profissional mais indicado nestes casos é o médico ginecologista e obstetra. O mesmo observará os riscos e benefícios de cada método, com base na condição clínica da mulher”.
Ela esclarece também que os profissionais observarão aspectos e características referentes ao tipo de método proposto (se é reversível ou não, se é cirúrgico, se é hormonal, se é de longa ou curta duração etc.) e avaliar cada caso especificamente, de acordo com os objetivos, interesses e crenças da paciente. A escolha, segundo Muse, é uma decisão conjunta entre a mulher e o profissional de saúde.
A especialista da Maternidade Escola Assis Chateaubriand explica que o pré-natal é “de fundamental importância” para a prevenção e a detecção precoce de doenças maternas ou fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante.
“Durante o acompanhamento pré-natal, é possível identificar doenças como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, anemias, doenças infecciosas (sífilis, por exemplo). Seu diagnóstico permite medidas de tratamento que evitam maior prejuízo à mulher não só durante a gestação, mas também por toda a sua vida.”
A atenção profissional durante o parto, segundo a profissional, também é fundamental para identificar eventuais complicações e possibilitar, quando necessário, intervenções adequadas.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer, os cânceres mais prevalentes na população feminina são o câncer de mama, cólon e reto, colo do útero, pulmão e tireoide.
A incidência do câncer colorretal é semelhante entre homens e mulheres e está relacionado a fatores genéticos e hábitos de vida, como obesidade, sedentarismo e fatores associados à dieta. O câncer de pulmão, por sua vez, é mais comum em homens, mas aumentou muito entre as mulheres, e a causa principal é o maior consumo de tabaco, observado entre a população feminina ao longo dos anos.
O câncer de tireoide, glândula responsável por controlar diversas funções do metabolismo, é três vezes mais frequente no sexo feminino, explica Muse Santiago: “Embora sem causa determinada, alguns estudos apontam que fatores hormonais e alimentares estão ligados ao desenvolvimento deste tumor”.
A prevenção contra esses cânceres envolve exames ginecológicos de rotina; mamografia anual a partir dos 40 anos; adoção de hábitos saudáveis (evitar o tabagismo, adotar uma dieta rica em fibras, frutas e vegetais etc.). “Também está indicada realização de colonoscopia periódica, a partir dos 50 anos, para detecção precoce deste último. A atividade física regular representa um fator protetor para a maioria dos cânceres.”
A saúde mental de mulheres possui peculiaridades com relação à de homens. Muse Santiago explica que isso se deve às típicas flutuações hormonais, que ocorrem nas diferentes fases do ciclo menstrual, na gravidez, amamentação e menopausa. Além desses fatores, a cobrança social em relação a padrões de vida e beleza elevam o nível de estresse entre as mulheres.
Por conta de todos esses fatores, mulheres estão mais propensas às alterações de humor e transtornos de ansiedade, sendo mais suscetíveis a sofrerem de depressão. Dessa maneira, os cuidados devem ser diferentes para esse público. “Mulheres também têm maior probabilidade de acumularem mais de um distúrbio mental ao mesmo tempo e são mais suscetíveis a sofrerem de estresse pós-traumático”, esclarece Muse.
Após a menopausa, é mais comum o surgimento de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, dislipidemias, artrite reumatoide e osteoporose, bem como cânceres, ginecológicos ou não. “Além do ginecologista, por vezes, é necessário seguimento por outros especialistas, como cardiologista, endocrinologista, geriatra, reumatologista e oncologista, a depender de cada caso.”
A Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005, mais conhecida como a Lei do Acompanhante, determina que os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir à gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto. A Lei determina que este acompanhante será indicado pela gestante, podendo ser o pai do bebê, o parceiro atual, a mãe, um(a) amigo(a), ou outra pessoa que a gestante escolher.
A Lei do Acompanhante é válida para parto normal ou cesariana e a presença do(a) acompanhante (inclusive se este for adolescente) não pode ser impedida pelo hospital ou por qualquer membro da equipe de saúde, nem deve ser exigido que o(a) acompanhante tenha participado de alguma formação ou grupo.
Importante: Se estes direitos não forem respeitados, ENTRE EM CONTATO COM O INSTITUTO MINAS. A mulher tem o direito de decidir não ter acompanhante no momento do parque.
Os cuidados com o bebê começam a partir do momento em que a gravidez é confirmada, através do teste rápido e gratuito. A partir daí, a mulher passa a ter acesso a consultas de pré-natal, onde recebe orientações necessárias ao acompanhamento da gestação. Nas consultas, a gestante é examinada e encaminhada para realização de exames, vacinas e ecografias. São recomendadas no mínimo 6 consultas de pré-natal durante toda a gravidez. O ideal é que iniciem nos primeiros três meses de gestação. Ainda durante o pré-natal, a mulher deve ser vinculada à maternidade em que dará à luz.
É importante que a família da gestante se envolva na chegada do bebê desde a descoberta da gravidez. Por isso, se for possível, leve o companheiro (a) a todas as consultas. Na impossibilidade do pai da criança participar neste momento, leve alguém da família ou outra pessoa que você tenha confiança.
O envolvimento consciente dos homens, independentemente de ser pai biológico ou não, em todas as etapas do planejamento reprodutivo e da gestação, pode ser determinante para a criação e fortalecimento de vínculos afetivos saudáveis entre eles e suas parceiras e filhos(as).
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Durante a gravidez, a Unidade Básica de Saúde onde a gestante realiza o pré-natal deve encaminhá-la para conhecer a maternidade onde será realizado o parto. A forma como uma criança é recebida no momento do nascimento faz diferença para o seu desenvolvimento sadio e pleno. Por isso, a rede de saúde busca oferecer um cuidado adequado, respeitoso e humanizado à mulher e à criança no momento do parto.
ALGUMAS BOAS PRÁTICAS SÃO RECOMENDADAS NO PARTO:
Cortar o cordão umbilical quando parar de pulsar. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde preconizam cortar o cordão umbilical de todos os recém-nascidos, independentemente de sua idade gestacional, somente após a parada total da circulação, quando o cordão está achatado e sem pulso (aproximadamente 3 minutos ou mais depois do nascimento). A recomendação é necessária porque enquanto o cordão está pulsando, ainda há circulação entre o recém-nascido e a placenta, fazendo com que o clampeamento em tempo oportuno tenha profundos efeitos para a saúde do bebê, como o aumento do volume sanguíneo do recém-nascido e das reservas de ferro e diminuição das chances de desenvolver anemia os primeiros 6 meses de vida.
Contato pele-a-pele imediato entre mãe e o recém-nascido. O contato pele-a-pele entre a mãe e o bebê imediatamente após o parto é uma prática que ajuda na adaptação do recém-nascido à vida fora do útero, facilita o aleitamento materno e traz benefícios como o controle da temperatura corporal da criança e o vínculo entre mãe-filho. Recomenda-se colocar o bebê sem roupa, de bruços, sobre o tórax ou abdome desnudo da mãe, e cobri-los com um cobertor aquecido, independente se o parto for normal ou cesárea.
Aleitamento materno na primeira hora de vida. O início da amamentação o mais cedo possível, de preferência logo após o parto, fortalece a proteção à saúde da criança e assegura que o recém-nascido receba o colostro, que é o leite que sai nos primeiros dias após o parto, rico em importantes nutrientes que ajudam a fortalecer a imunidade e a proteger a criança de doenças comuns no primeiro ano de vida e na fase adulta.
O Alojamento Conjunto é o local em que a mulher e o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanecem juntos, em tempo integral, até a alta da maternidade. Deixar mãe e bebê juntos é uma prioridade para o Ministério da Saúde e tem várias vantagens:
Muitas mulheres com diabetes gestacional podem controlar seus níveis de glicose no sangue seguindo um plano alimentar saudável e sendo fisicamente ativas. Algumas mulheres também podem precisar de medicamentos para diabetes.
Siga um plano alimentar saudável
Sua equipe de saúde irá ajudá-la a fazer um plano de alimentação saudável com escolhas alimentares que são boas para você e seu bebê. O plano irá ajudá-lo a saber quais alimentos comer, quanto comer e quando comer. Escolhas alimentares, quantidades, e tempo são todos importantes para manter seus níveis de glicose no sangue em sua faixa alvo.
Se você não está comendo o suficiente ou sua glicose no sangue está muito alta, seu corpo pode produzir cetonas. Cetonas na urina ou no sangue significam que seu corpo está usando gordura para energia em vez de glicose. Queimar grandes quantidades de gordura em vez de glicose pode ser prejudicial à sua saúde e à saúde do seu bebê.
Seu médico pode recomendar que você teste sua urina ou sangue diariamente para cetonas ou quando sua glicose no sangue está acima de um determinado nível, como 200. Se os seus níveis de cetona são elevados, o seu médico pode sugerir que você altere o tipo ou a quantidade de alimentos que você come. Ou, você pode precisar alterar seus horários de refeição ou lanche.
Ser fisicamente ativa
A atividade física pode ajudá-la a atingir seus níveis de glicose no sangue alvo. Se sua pressão arterial ou níveis de colesterol são muito altos, ser fisicamente ativo pode ajudá-lo a alcançar níveis saudáveis. A atividade física também pode aliviar o estresse, fortalecer o coração e os ossos, melhorar a força muscular e manter as articulações flexíveis. Ser fisicamente ativo também ajudará a diminuir suas chances de ter diabetes tipo 2 no futuro.
Converse com sua equipe de saúde sobre quais atividades são melhores para você durante a gravidez. Busque 30 minutos de atividade 5 dias da semana, mesmo que você não fosse ativa antes da gravidez. Se você já é ativa, informe seu médico o que você faz. Pergunte ao seu médico se você pode continuar algumas atividades de maior intensidade, como levantar pesos ou correr.
Se seguir seu plano alimentar e ser fisicamente ativo não for suficiente para manter seus níveis de glicose no sangue em sua faixa alvo, você pode precisar de insulina.
Se você precisar usar insulina, sua equipe de saúde irá mostrar-lhe como dar-se injeções de insulina. A insulina não prejudica o seu bebé e é geralmente a primeira escolha de medicamento para a diabetes gestacional. Os pesquisadores estão estudando a segurança das pílulas de diabetes metformina e gliburida durante a gravidez, mas mais estudos de longo prazo são necessários. Converse com seu profissional de saúde sobre qual tratamento é ideal para você.
A dor de cabeça na gravidez é um sintoma comum durante o 1º trimestre de gestação, sendo causada por alterações hormonais normais da gestação, cansaço, congestão nasal, baixos níveis de açúcar no sangue, estresse ou fome, podendo ser aliviada com repouso, hidratação ou alimentação leve.
Dor de cabeça na gravidez é perigoso?
A dor de cabeça na gravidez, especialmente no primeiro trimestre é um sintoma comum, que não oferece risco ao bebê.
No entanto, no 2º ou 3º trimestre, a dor de cabeça na gravidez pode pode ser um sintoma da pré-eclâmpsia, que é uma complicação grave e perigosa que necessita de atendimento médico imediato. Saiba identificar todos os sintomas da pré-eclâmpsia.
Principais causas
As principais causas da dor de cabeça na gravidez são:
Como aliviar a dor de cabeça naturalmente
Antes de iniciar o uso de algum remédio para aliviar a dor de cabeça, a grávida deve optar por opções naturais como:
1. Repouso
O repouso é uma ótima forma de aliviar a dor de cabeça, especialmente se causada por cansaço excessivo, estresse ou noites mal dormidas, por exemplo.
Desta forma, é recomendado descansar em um ambiente tranquilo, bem arejado, sem ruído e com as luzes apagadas.
2. Beber bastante água
Beber bastante água ajuda a manter o corpo hidratado e aliviar a dor de cabeça, principalmente se foi causada por enjoos matinais ou hiperemese gravídica, que podem levar à desidratação.
3. Aplicar compressa de água fria
Aplicar uma compressa de água fria na testa ou na nuca, pode ajudar a aliviar a dor de cabeça, pois promove a contração dos vasos sanguíneos, melhorando a dor.
Durante o sono do bebê colocá-lo de barriga para cima e preparar o local onde ele vai dormir são fatores importantes para protegê-los contra sufocamentos e até mesmo a morte sem causa aparente. Dados de um estudo publicado no periódico americano Pediatrics reforçam a importância de medidas de conscientização e de prevenção.
Cuidados ao passear com bebês recém-nascidos
Melatonina: substância afeta a qualidade do sono em crianças.
Isso porque a posição na qual o bebê dorme, o local e o tipo de superfície, além da roupa de cama usada, estão entre os principais motivos por trás da morte súbita durante o sono.
Para chegar ao resultado, os autores avaliaram dados dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, sobre as mortes súbitas de bebês de dois a nove meses, separando diferentes tipos de óbito.
Apesar de uma queda por conta das campanhas feitas a partir dos anos 2000, foram registrados 3,4 mil casos nos Estados Unidos em 2019.
“O que o artigo traz de novo é que os fatores de risco para morte por sufocamento são praticamente os mesmos daqueles da morte súbita, incluindo a síndrome da morte súbita infantil”, esclarece Magda Lahorgue Nunes, presidente do Departamento Científico de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e neurologista infantil com certificado de atuação em Medicina do Sono.
Quais os principais riscos durante o sono do bebê?
Embora os fatores de risco sejam similares, o impacto deles é diferente em cada caso. Por exemplo, o uso incorreto de travesseiros e edredons e o hábito de compartilhar a cama com o bebê trazem mais risco de sufocamento e também aumentam a probabilidade de ocorrer uma morte súbita.
Bebês que dormem de barriga para baixo ou de lado, ou, ainda, longe dos pais, também têm alto risco de morte súbita por qualquer causa. Já o fato de a criança adormecer fora do berço aumenta 4 vezes a chance de sufocamento, mas não tem relação com morte sem motivo aparente.
Garantindo um sono mais seguro
Conforme os pesquisadores, os resultados do estudo reforçam a importância da comunicação sobre práticas seguras do sono em bebês. Isso inclui colocar a criança para dormir sempre de barriga para cima e não manter soltos e próximos edredons, travesseiros, almofadas, brinquedos, pelúcias, mantas e lençóis.
Além disso, o bebê deve sempre dormir no berço, numa superfície lisa e reta — e não em colchões fofos ou sofás. Também é recomendado que os pais compartilhem o mesmo quarto que o filho pelo menos nos primeiros seis meses de vida, mas nunca a mesma cama.
Tais informações são da Sociedade Brasileira de Pediatria e estão alinhadas com as da Academia Americana de Pediatria. Além das orientações do estudo, o órgão dos Estados Unidos também indica oferecer a chupeta durante o sono, já que ela pode proteger contra apneias (mas somente após o aleitamento estar bem estabelecido).
Deve-se, ainda, alimentar a criança com leite materno, cuidar para não sobreaquecer o bebê ou cobrir sua cabeça ao dormir, e evitar a exposição a fumaça, nicotina, álcool e drogas durante a gravidez e pós-parto.
O que é? Causas? É possível prevenir?
Você sabia que todo 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade? A data tem como finalidade chamar a atenção para os problemas e cuidados necessários com esses bebês e suas famílias.
E não é para menos: o número de nascimentos prematuros é preocupante. Segundo a ONG Prematuridade, cerca de 10% dos nascimentos são de bebês prematuros no mundo todo. No Brasil, o caso é ainda mais grave: essa média sobe para 12%. São cerca de 340 milhões de nascimentos prematuros todos os anos, o que corresponde a seis bebês a cada 10 minutos.
O que significa o termo prematuro?
É considerado prematuro — também chamado de recém-nascido pré-termo — todo bebê que nasce antes da 37ª semana de gestação.
Quais os principais fatores de risco que podem levar uma mulher a ter um parto prematuro?
Fatores genéticos, anatômicos, uterinos, infecciosos, entre muitos outros. Um exemplo são as alterações da placenta causadas por problemas como a hipertensão arterial crônica materna.
Outro fator é a incompetência istmo-cervical, que provoca a dilatação precoce do colo do útero, que não suporta o peso do bebê com o avanço da gestação. Outra causa é a gestação de múltiplos, talvez o fator mais conhecido.
Isso é possível a depender da causa. Por isso o pré-natal é tão importante: é com base nesse acompanhamento que o obstetra consegue detectar alterações precocemente e sugerir as intervenções necessárias.
Quais são os sinais que alertam para um trabalho de parto prematuro?
É preciso ficar alerta na presença de contrações uterinas ritmadas e dolorosas, perda de líquido ou sangramento vaginal. A recomendação é de sempre entrar em contato com o seu médico na presença desses ou de qualquer sintoma diferente do habitual.
Em geral, quem tem parto prematuro em uma gestação terá também nas outras?
Depende muito do motivo, porém se a causa for a incompetência istmo-cervical, há sim a chance de ter outro parto prematuro na próxima gestação.
Quais os principais problemas de saúde que podem acometer o bebê prematuro?
São problemas que geralmente estão relacionados à imaturidade de seus órgãos e funções que ainda não estavam preparados para a vida fora do útero, como acontece com os pulmões e o sistema neurológico.
Quais são os exames indispensáveis para o bebê que nasce prematuro?
Depende muito do grau de prematuridade. O bebê passa por uma série de exames no decorrer desses primeiros meses, incluindo a necessidade de se acompanhar algumas doenças específicas, como é o caso da retinopatia da prematuridade, que pode levar a problemas visuais graves, inclusive a cegueira, quando não diagnosticada.
Quando o prematuro geralmente tem alta?
Geralmente quando atinge a idade gestacional corrigida do termo, ou seja entre 37- 40 semanas, aproximadamente. Assim, um bebê de 28 semanas vai permanecer internado por volta de 9 a 12 semanas. É importante salientar que, para receber alta, ele deve estar apto a alimentar-se adequadamente por via oral, ter um bom ganho de peso diário, manter a temperatura corpórea sem auxílio de incubadora e respirar adequadamente sem necessidade de oxigênio.
Sim, um pouco diferente. Existe a recomendação de fazer a vacinação da hepatite B logo após o nascimento — e por isso pode receber uma dose a mais dessa vacina na evolução.
Além do calendário oficial, é recomendada a administração de imunoglobulina específica (que são anticorpos) contra o vírus sincicial respiratório para prematuros que nasceram com menos de 28 semanas.
A alimentação do prematuro é diferenciada?
A nutrição adequada é importantíssima para o bebê prematuro, sendo o leite materno fundamental para a boa evolução. Em recém-nascidos prematuros com necessidades nutricionais especiais, pode-se colocar um aditivo no leite materno a fim de garantir a oferta adequada de todos os nutrientes.
Não existe na literatura médica conclusões a respeito do intervalo ideal entre uma gestação e outra. Todavia, considerando o tempo necessário para a recuperação completa do organismo e cicatrização de feridas, este período deve ser superior a um ano. Vale ressaltar que mulheres que ainda amamentam devem retardar a próxima gestação para o período pós-desmame.
Gravidez no resguardo é possível?
Sim, não há 100% de proteção no puerpério (período pós-parto), assim é possível que a mulher engravide no resguardo. Entretanto, isso não é aconselhável, até porque não é recomendável que ocorram relações sexuais neste período, que dura de 30 a 40 dias. A relação sexual nesse período aumenta o risco de infecção e de sangramento.
Em qual momento é possível voltar a tomar medicação contraceptiva?
A anticoncepção é recomendada a partir do momento em que há início das relações sexuais, ou seja, após o resguardo, sendo que para mulheres com amamentação exclusiva há boa proteção até os três meses pós-parto. Lembrando que pílulas anticoncepcionais com estrogênio não devem ser administradas para quem amamenta, pois estão associadas à redução do leite. Assim, consultar um obstetra antes de iniciar a contracepção é sempre recomendado.